Construir áreas verdes para criar comunidades
Fundação Mi Parque e a recuperação participativa de espaços públicos no Chile.
Resumo
As cidades sul-americanas têm experimentado um importante desenvolvimento e crescimento nos últimos anos. No Chile e na América Latina, podemos testemunhar cidades modernas e com um bom padrão de vida e investimento, mas com um crescimento desproporcional e desigual. Essa desigualdade se expressa claramente nas grandes diferenças da qualidade de vida nos diferentes bairros das nossas cidades.
Na temática urbana, a prioridade das políticas públicas tem sido a habitação, tendo como primeiro objetivo diminuir o déficit habitacional da população. Mas prover um lugar para morar é muito mais do que prover um teto, e construir uma cidade não é sinônimo de construir casas.
Considerando essa realidade, em 2007, um grupo de arquitetos criou um projeto que busca melhorar o entorno e o espaço público dos bairros. Assim nasce a Fundação Mi Parque, iniciativa que tem como missão criar um sentido de comunidade através da recuperação participativa de áreas verdes nos bairros que mais precisam.
O modelo de trabalho articula três atores principais em uma parceria público-privada: a comunidade de moradores, a empresa privada e os municípios.
A Fundação Mi Parque cumpre o papel de facilitar e coordenar. Cada um dos atores tem responsabilidades definidas. Um dos aspectos diferenciadores deste modelo de intervenção em comparação ao trabalho usualmente realizado pelas prefeituras é a incorporação da participação da comunidade em todo o processo, desde as fases de projeto, divulgação e validação da proposta até a construção incluindo a sua posterior manutenção.
Palavras-chave: urbanismo; áreas verdes; comunidade.