A Economia de Comunhão como possibilidade de superação da aporofobia
Resumo
Pensar a realidade da exclusão social em nossa sociedade, exige, antes de tudo, deixar-se compadecer pelo sofrimento de milhões de pessoas feridas em sua dignidade. O aumento da aporofobia ou aversão ao pobre e o fenômeno da indiferença e falta de reações diante das vítimas agredidas, nos leva a indagar: o que está acontecendo conosco (humanidade)? Qual a raiz profunda da indiferença e aparente falta de consciência de muitas pessoas diante desse cenário social? O Papa Francisco afirma que precisamos repensar nossa forma de vida a fim de entrevermos caminhos alternativos, talvez ainda não imaginados, para restaurar a nossa humanidade ferida, fechada num individualismo arrogante. Diante dessa crise humanitária, não podemos negar que o modo de encarar a atividade econômica é reflexo de como se concebe as relações interpessoais. Se queremos uma sociedade mais justa e fraterna é imprescindível o surgimento de uma economia humanizadora, na qual, a liberdade humana caminhe de mãos dadas com a responsabilidade social. É nessa lógica que se enquadra o projeto Economia de Comunhão, expressão da Espiritualidade da Unidade na vida econômica. Nossa reflexão articula o pensamento de alguns autores a fim de oferecer uma palavra teológica que possa contribuir para o diálogo em questão.