Quem é esse “Novo Século”?
Resumo
Este texto foi escrito para uma mesa intitulada “Perspectivas da formação de professores para o enfrentamento dos desafios do novo século”, no III Encontro de Licenciatura em Geografia, na PUC/Rio, em abril de 2024. A questão central deste ensaio é a problematização do que seria o “século XXI”, ou o “novo século”. Proponho que seja feita uma reflexão sobre as demandas que são impostas para a Geografia, sobretudo nas salas de aula, bem como os caminhos possíveis para o trabalho docente na disciplina. Para tal reflexão, é necessário identificarmos não apenas as próprias demandas, mas os seus agentes, o contexto e a conjuntura, bem como as correlações de forças que estão traçadas, hoje, seja no campo econômico, político, cultural ou ideológico. Assim, apoiado no pensamento de autores como Milton Santos, Mark Fischer, David Harvey, Massimo Pavarini e Loïc Wacquant, procuro lançar alguns pontos para o debate, também com a intenção de ratificar a docência como uma atividade intelectual e relativamente autônoma, em sentido oposto ao que se desenha, hoje, a partir do que comumente nos são apresentadas como as “demandas do novo século”.
Palavras-chave: Ensino de Geografia, Docência, Políticas de Educação, Regulação, Autonomia
Abstract
This article was written for a panel entitled "Perspectives of teacher training to face the challenges of the new century", at the III Meeting of the Degree in Geography, at PUC/Rio, in April 2024. The central issue of this essay is the problematization of what the "twenty-first century" or the "new century" would be. I propose that a reflection be made on the demands that are imposed on Geography, especially in the classrooms, as well as the possible paths for the teaching work in the discipline. For such reflection, it is necessary to identify not only the demands themselves, but their agents, the context and the conjuncture, as well as the correlations of forces that are drawn today, whether in the economic, political, cultural or ideological field. Thus, supported by the thought of authors such as Milton Santos, Mark Fischer, David Harvey, Massimo Pavarini and Loïc Wacquant, I seek to launch some points for the debate, also with the intention of ratifying teaching as an intellectual and relatively autonomous activity, in the opposite direction to what is drawn today from what is commonly presented to us as the "demands of the new century".
Keywords: Geography Teaching, Teaching, Education Policies, Regulation, Autonomy
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