A ótica do pedestre durante sua marcha em um ambiente construído: aplicação conjunta do nível de serviço e do diagrama fundamental pedestre
Resumo
O ato de caminhar é uma atividade cotidiana e aparentemente trivial, no entanto, sua execução pode impactar significativamente tanto a nossa qualidade de vida como a nossa segurança pessoal. Por isso, muitos estudos e vieses existem sobre a marcha, como o nível de serviço (NS) e o diagrama fundamental pedestre (DFP). Esses conceitos apresentam diferentes perspectivas sobre a fluidez da movimentação humana em relação à densidade populacional, onde o NS traz uma preocupação com a percepção das pessoas, enquanto no DFP o foco está na determinação da alteração da velocidade de deslocamento. São abordagens usualmente empregadas em separado. Neste trabalho, por uma metodologia essencialmente exploratória, estas perspectivas para uma situação específica serão combinadas, permitindo verificar em conjunto e comparativamente ambos os resultados. Observou-se que o ponto ótimo de maior fluidez indicado pelo DFP está, pela perspectiva do NS, em uma zona de percepção considerada muito ruim. Portanto, se os projetistas de ambientes construídos considerarem apenas o DFP em suas abordagens, irão ser concebidos ambientes mais estressantes para os ocupantes. Assim, este artigo contribui ao apresentar essa abordagem não convencional para a verificação da adequação do ergodesign do ambiente construído, trazendo à discussão alguns pontos éticos.