“Meu Quarto não Cabe no Papel”: Mapas Vivenciais, Narrativas Cartográficas e o Sentido de Lugar

  • Milena silva Santos URCA
  • Cassio Expedito Galdino Pereira UFPE

Resumo

O presente trabalho busca os sentidos dados ao lugar pelas crianças a partir de mapas vivenciais e narrativas cartográficas. Neste estudo, observa-se particularmente as visões infantis sobre o espaço vivido, notando os aspectos que se associam à afetividade, sentimentos sobre o habitar, as temporalidades, as essências do ser com suas particularidades e ontologias. Entendendo que os mapas são mais do que produtos acabados para mostrar o espaço absoluto, é importante observar como estes podem comunicar sobre as geografias dos fenômenos, emitindo finalidades importantes que relacionam a memória com os conteúdos escolares. Isso faz com que possibilite trazer mapas contendo registros e visões das crianças sobre as suas espacialidades. Nesse sentido, a partir de uma pesquisa de campo feita com crianças do 6º ano pertencentes à rede pública do município de Caririaçu-CE, este estudo objetiva analisar a exploração de mapas vivenciais e de narrativas cartográficas nas aulas de Geografia, buscando entender o sentido de lugar para as crianças. Para alcançar o objetivo, utilizou-se a metodologia de pesquisa de campo, que, a partir de aproximações com referenciais teóricos do tema, estabelecimento de técnicas para levantamento de informação e coletas de dados, foi possível construir esse sentido de lugar pelas crianças. Cada criança trouxe suas experiências íntimas, destacando seu lugar muito mais que uma localização, mas vida e tempo, cheia de relações intersubjetivas com sentimentos e afetos. Portanto, os sentidos do lugar para as crianças vão imbricando roteiros, visões, atribuições e valorizações que constroem geograficidades distintas de adultos, levando-as a se posicionarem no ato de representar e construir sua identidade.


Palavras-chave: Crianças; Vivências Espaciais; Sentimentos


 


Abstract


The present work seeks the meanings attributed to the place by the children from experiential maps and cartographic narratives. In this study, the children's views on the lived space are particularly observed, observing the aspects that are associated with affectivity, feelings, dwelling, temporalities, essences of being with their particularities and ontologies. Understanding that maps are more than finished products to show absolute space, it is important to observe how they can communicate about the geographies of phenomena, issuing important purposes that relate memory to school contents. This makes it possible to bring maps containing records and views of children about their spatiality. In this sense, based on a field research carried out with 6th grade children belonging to the public network of the municipality of Caririaçu-CE, this study aims to analyze the exploration of experiential maps and cartographic narratives in Geography classes, seeking to understand the meaning place for children. To achieve the objective, the field research methodology was used, which based on approximations with theoretical references of the theme, establishment of techniques for collecting information and data collection, it was possible to build this sense of place for the children. Each child brought their intimate experiences, highlighting their place much more than a place, but life and time, full of intersubjective relationships with feelings and affections. Therefore, the meanings of the place for children overlap with scripts, visions, attributions and valuations that build different geographicities of adults, leading them to position themselves in the act of representing and building their identity.


Keywords: Children; Spatial Experiences; Relations

Publicado
Oct 30, 2023
Como Citar
SANTOS, Milena silva; PEREIRA, Cassio Expedito Galdino. “Meu Quarto não Cabe no Papel”: Mapas Vivenciais, Narrativas Cartográficas e o Sentido de Lugar. Revista Educação Geográfica em Foco, [S.l.], v. 8, n. 14, oct. 2023. ISSN 2526-6276. Disponível em: <https://periodicos.puc-rio.br/index.php/revistaeducacaogeograficaemfoco/article/view/1886>. Acesso em: 23 nov. 2024.